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PORQUE MARIA MADALENA FICOU CONHECIDA COMO PROSTITUTA?OUTRA CRENÇA LIMITANTE

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PORQUE MARIA MADALENA FICOU CONHECIDA COMO PROSTITUTA?OUTRA CRENÇA LIMITANTE 7aeec1730c4c127a6deb0f45f0dc35ba

A idéia que temos de Maria Madalena é de uma mulher charmosa, de longos cabelos, atormentada por seus pecados e que de algum modo representa a imagem penitencial da Igreja. Nos quadros e obras de arte, ela sempre aparece com roupas provocantes, um manto vermelho, cabelos soltos, ajoelhada junto à cruz ou atirada devotamente aos pés de Jesus. Porém, quando vamos procurar no Novo Testamento a existência da pecadora Madalena, nada encontramos. Não encontramos nem um episódio que descreva a imagem da prostituta que conhecemos. De onde teria surgido essa história?Quem era, de fato, Maria Madalena? A ligação errônea das passagens evangélicas que falam dela, levou a identificá-la com a pecadora (prostituta?) que ungiu os pés de Jesus (Lc 7,36-50). E esse erro, infelizmente, virou verdade de fé. O inconsciente coletivo guardou na memória a figura de Maria Madalena como mito de pecadora redimida,fato considerado normal nas sociedades patriarcais antigas. A mulher era identificada com o sexo e ocasião de pecado por excelência.Tentaremos neste post, elucidar um pouco mais este personagem com fatos históricos e uma análise do contexto religioso e manipulador da Igreja.

A ORIGEM DO NOME DE MARIA MADALENA

O nome Madalena é um adjetivo gentilíco, ou nome pátrio. Ele indica seu lugar de origem, para distingui-la das demais. Segundo a tradição local, ela PORQUE MARIA MADALENA FICOU CONHECIDA COMO PROSTITUTA?OUTRA CRENÇA LIMITANTE images q tbn ANd9GcS1rcWOFbwkwpBhYGEHCHjxtYk 6rJd9meUMoourJUcyHlg75f8Ygera uma  habitante de Magdala; dizia-se que esta cidade localizava-se sobre a costa sul-ocidental do Mar da Galiléia, daí o sobrenome Magdala ou Madalena. Nos escritos de Flávio Josefo, do século I, não existe nenhuma cidade chamada Magdala. Como sabemos, ele estava a serviço de Roma e forneceu aos romanos informações detalhadas sobre a geografia e recursos disponíveis á Roma naquelas terras. A cidade que geralmente é apresentada por cidade natal de Madalena é “Migdal Nunnayah” chamada Torre de Peixes.Alguns teóricos dizem que diz respeito a sua cidade de origem, porém outros, dizem que é muito provável que esta cidade não existia no tempo de Madalena, pelo menos com este nome e sim foi criada posteriormente, após a guerra dos judeus, ou recebeu o nome torre de peixes após este evento. A cidade hoje chamada Magdala, era chamada anteriormente, na época de Madalena, de Tariquéia nos tempos bíblicos. Magdala viria da palavra hebraica Migdal, que significa “Torre”. Sendo assim a expressão mais correta para Maria, a Magdala, seria“Maria, a Torre”.

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MARIA MADALENA NOS EVANGELHOS

A primeira vez que Maria Madalena aparece, é na metade do Evangelho de Lucas. Jesus viajava com seus doze apóstolos e algumas mulheres, que haviam sido curadas de “maus espíritos”; entre elas estava Maria Madalena (Lc 8, 2-3). Maria era o nome mais comum no tempo de Jesus, por isso, quando se nomeava alguma Maria, juntava-se alguma designação: “Maria, esposa de”, ou “Maria, mãe de”, ou “Maria, irmã de”. Neste caso, se diz “Madalena” porque ela havia nascido num povoado chamado “Magdala”, ou seja, Madalena não era um nome, mas um apelido referente ao seu lugar de origem(?). A segunda vez em que Madalena aparece, é no momento da crucificação de Jesus; ela está presente com as “outras” Marias e Salomé. A terceira vez que aparece nos Evangelhos é na retirada de Jesus da cruz, junto com José de Arimatéia. A quarta vez é na madrugada do domingo de Páscoa, quando foi visitar o túmulo de Jesus. Maria Madalena é mencionada uma quinta vez, quando, ao sair do sepulcro, tem um fascinante encontro com Cristo “ressuscitado”.

Que razões teriam levado à identificação de Madalena como prostituta? A primeira explicação está no final do capítulo 7 do Evangelho de Lucas. Jesus foi comer na casa de um fariseu chamado Simão. Quando estava na mesa, apareceu uma “mulher pecadora”, que lavou os pés dele com lágrimas e os enxugou com os próprios cabelos. O dono da casa reconheceu a mulher como prostituta e assustou-se ao ver que Jesus se deixou ser tocado por ela. Na sequência do texto, inicia-se o capítulo 8 de Lucas, que menciona o nome de Madalena (Lc 8,1-3). Os cristãos relacionaram os textos, ligando a imagem da prostituta à de Madalena. No Evangelho de Marcos é apresentada a história de que Jesus, na cidade de Betânia, encontrou-se com uma mulher que derramou um frasco de perfume em sua cabeça. Esta mulher, por fazer algo semelhante à” pecadora” (de Lucas) foi também identificada como Maria Madalena. Assim, as três mulheres (Maria Madalena que seguia Jesus, a “pecadora anônima” e a mulher de Betânia) passaram a ser uma só pessoa, identificada como Maria Madalena(!)

PORQUE MARIA MADALENA FICOU CONHECIDA COMO PROSTITUTA?OUTRA CRENÇA LIMITANTE images q tbn ANd9GcSQsMed5EvPVTW9DW lMqB9ycbCHzYB02sd8LzKWIeenNWgRU1UpQNo Evangelho de João, capítulo 4, Jesus se encontra (junto ao poço de Jacó) com uma promíscua samaritana, que já havia se relacionado com seis maridos. Embora o Evangelho não apresente qualquer identificação desta samaritana, ela também foi nomeada como Maria Madalena. O maior de todos os enganos relaciona-se ao capítulo 8 do Evangelho de João: a mulher surpreendida em adultério, prestes a ser apedrejada pelos judeus, também foi identificada como Maria Madalena.Muitos Papas e Santos da Igreja se opuseram a este erro histórico dentro da Igreja, entre eles, Santo Agostinho (século IV) e Santo Ambrósio (século IV). Mas o Papa Gregório, numa célebre homilia pronunciada em 14 de setembro do ano 591, afirmou: “Pensamos que aquela a quem Lucas denomina pecadora e que João chama de Maria, designa essa Maria de quem foram expulsos sete demônios”. Assim, a partir do século VII a Igreja passou a sustentar, unânimemente, que as três mulheres eram uma só. Atualmente, num estudo mais detalhado, os exegetas, têm repudiado essa identificação, sustentando que são três pessoas distintas: a primeira (Lc 8,1-3) é Maria Madalena, que não tinha uma vida pecadora, mas “os sete demônios” (que se referem á alguma enfermidade); a “pecadora pública” (Lc 7, 36-50) é uma segunda mulher, que lava os pés de Jesus com lágrimas e enxuga com os cabelos, na tentativa de buscar perdão dos pecados; e a terceira mulher (distinta das duas primeiras) derrama perfume na cabeça de Jesus (Mc 14, 3-9).

PORQUE MARIA MADALENA FICOU CONHECIDA COMO PROSTITUTA?OUTRA CRENÇA LIMITANTE images q tbn ANd9GcQSwGHeVo867H0P2pb1LxBmOP3hRYAxca3uVIYwCCwT7z2oIUF8uQO EVANGELHO DE MARIA MADALENA
Revendo todas as evidências sobre Madalena, por que a Igreja quis fazer dela uma prostituta e extrema pecadora aos olhos dos fiéis? Segundo os estudiosos, isso aconteceu porque a Igreja queria utilizar as poucas e confusas “sugestões” (interpretando da forma dela) da Bíblia sobre Maria Madalena para manter as mulheres fora do clero. Os evangelhos que continham mais escrituras sagradas sobre ela foram considerados “apócrifos”, ou seja, eles não estavam de acordo com os cânones do cristianismo nascente. Era mais conveniente para a Igreja excluí-los.Os evangelhos, conforme conhecemos hoje, não foram estabelecidos como cânone até o quarto século, numa época em que a Igreja mais definitivamente queria deixar claro, que os seus escalões superiores seriam formados apenas porhomens.Um texto que teria sido encontrado no século IV, no Egito, narra episódios da vida de Jesus contados por uma mulher de nome Maria de Mágdala e foi traduzido como O Evangelho de Maria Madalena, tornando-se parte dos evangelhos fundadores do Cristianismo.De acordo com esse evangelho, ela não só foi um dos apóstolos, mas o único que não perdeu a fé em Cristo depois de sua morte. Ela aconselhava os outros, dizendo que ele ainda se comunicava com ela através de visões e optando por aparecer para ela em vez de outros por sua devota fé.Este evangelho revelador, óbviamente, se tornou uma ameaça para a Igreja e sua doutrinação fielmente masculina. As mesmas idéias que estavam por trás da criação da Maria Madalena como uma “prostituta” estavam por trás da “divinização” da Virgem Maria.

Tudo porque as mulheres eram consideradas criaturas sexuais, o que formava a sua identidade nas épocas antigas. A mãe de Jesus, por exemplo, raramente é referida em outras situações além de seu estado virginal.

PORQUE MARIA MADALENA FICOU CONHECIDA COMO PROSTITUTA?OUTRA CRENÇA LIMITANTE images q tbn ANd9GcS MnGjSkfsDVcQ3k75l6DjWBDv DXlX2lp6ulKASoqFr6vwP4cOg

MARIA MADALENA E O ARQUÉTIPO FEMININO

Maria de Magdala,vista como pecadora e prostituta, passou a representar a sombra do feminino, seu lado negativo, em oposição à luz da Virgem Maria, considerada “pura e sem pecado original”. Esta sombra afetou profundamente o psiquismo da mulher(que sempre foi a intenção da Igreja Católica e de todas as outras que detestavam a mulher(?)), provocando uma cisão em sua sexualidade e causando toda sorte de repressão e culpa. Foram milênios de preconceitos transformados em acusações, maledicência, perseguição, violência, disfarçados em religião.Há alguns anos vem sendo feitos estudos e pesquisas para resgatar a verdadeira história de Madalena, e nesse trabalho está sendo resgatado também o inconsciente do Cristianismo, fragmentos de uma memória recalcada pelos primeiros patriarcas da Igreja. Na verdade, desde a noção de PECADO, o que tenta se exorcizar é o SEXO, em oposição ao ESPÍRITO. E Madalena era uma mulher apaixonada pela vida, fugindo dos padrões femininos judaicos da época, escolhendo sua própria vida e a vivendo sem se importar com os preconceitos de seu tempo, que se entregava inteira em tudo que fazia. Segundo os evangelhos, sua devoção incondicional a Jesus despertou ciúmes e inveja entre os discípulos. Enquanto Maria de Nazaré é a “Mãe assexuada”, Maria de Mágdala se torna a mulher, a “Outra”. Num contexto religioso totalmente machista, a “Outra” deve ficar num estado de inferioridade, portanto DOMINÁVEL, por definição e por princípio.

PORQUE MARIA MADALENA FICOU CONHECIDA COMO PROSTITUTA?OUTRA CRENÇA LIMITANTE images q tbn ANd9GcSEHYFD8asf1wPMtByhxFr6NXZUaffeMCx66b7sIyU7sxZTAIjJMANIPULAÇÕES E REPRESSÕES ÁS MULHERES ATRAVÉS DA IGREJA

Virgindade e maternidade, antes de serem duas opções possíveis entre as inumeráveis escolhas essenciais da vida, são Símbolos Arquetípicos que, absolutizados e referidos às mulheres como modelos de comportamento concreto, refletem uma visão da realidade exclusivamente machista.
Acabam sendo funcionais ao perpetuarem imóveis, esse modelo de realidade. Nesta perspectiva, a mulher não-virgem-não-mãe, constitui o arquétipo feminino negativo por excelência: a Prostituta ou, em todo caso, a Tentadora. Além disso, tanto a Virgem Maria Toda Pura, quanto a Pecadora Penitente Toda Impura, apesar de opostas, são definidas exclusivamente com base no sexo e na feminilidade percebida como uma realidade ‘oposta’.

De objeto de piedade ou desprezo, Madalena tem se transformado numa heroína feminista celebrada, um novo modelo para a mulher independente e apaixonada. Aos poucos, historiadores modernos da Igreja estão reconhecendo que o rótulo de “prostituta arrependida” foi usado como uma tática difamatória e uma interpretação distorcida dos Evangelhos. No entanto, para os puritanos e patriarcas que dominaram o Cristianismo, a “mulher escarlate”, que esteve tão perto do “Salvador”, é sempre motivo de vergonha e constrangimento. A causa está na perturbação profunda e patológica dos padres da Igreja Cristã antiga(?) pela sexualidade das mulheres, pois para eles, sexo era o mais aterrador dos pecados, resultante direto da transgressão de “Eva no Jardim do Éden”. Foi a partir dessa paranóia em relação aos desejos carnais que surgiu o mito doutrinário de Maria, a Mãe milagrosamente” casta e virgem”.

Pelo poder do Nascimento Virginal e de uma Igreja de sacerdotes celibatários e freiras virgens, esperava-se reverter o pecado original de Eva e fugir das tentações do Demônio no mundo altamente licencioso da Roma Antiga. O resultado tem sido uma continuada recusa em relação a toda manifestação do feminino conectado com a religião, uma obsessão com o comportamento sexual e o controle da concepção e a secular Misoginia nas Igrejas, as quais não se cansam de denegrir, diminuir e inferiorizar as mulheres.
O Surgimento do Feminino Divino constitui uma reação à negação milenar da mulher;existe atualmente por toda parte uma enorme ânsia pelo sagrado feminino, permeando a sociedade ocidental e em vias de mudar de vez e para sempre os “fundamentos patriarcais patológicos cristãos”. Mulheres de todo o mundo, anseiam por readquirir sua verdadeira dignidade e serem reconhecidas e aceitas como seres espirituais, passionais e criativos, iguais aos homens e não submetidas a eles. E uma das imagens que pode lhes servir como estandarte é Maria Madalena, a representação da Deusa ignorada e perdida do Cristianismo. Maria Madalena foi uma mulher que desejou ardentemente, com todos os seus sentidos, o homem e o Deus. Acima de tudo, ela demonstrou ser plenamente humana, integrando dentro de si o poder de uma vontade forte e, ao mesmo tempo, um anseio feminino intenso pela transcendência, um modelo psíquico do feminino, que pode nos inspirar a todos, homens e mulheres, no resgate de nossa inteireza humana.

PORQUE MARIA MADALENA FICOU CONHECIDA COMO PROSTITUTA?OUTRA CRENÇA LIMITANTE images q tbn ANd9GcSmblXqAHg0uVMtOVhAvg4r5qXY3h4rCGg1w77Aj7V253vmWRV1CONCLUSÃO

O fenômeno do retorno de Maria Madalena e os movimentos espiritualistas centrados ao redor da sua figura devem ser visto como o despertar profundo na moderna consciência da idéia de que o princípio divino não pode mais ser separado de sua contraparte e polaridade feminina. Escritores, psicólogos e espiritualistas, descrevem Maria Madalena como um arquétipo do sagrado feminino, que está cada vez mais em evidência entre cristãos, espiritualistas e grupos pagãos, sendo honrada em peregrinações para seus antigos locais sagrados, em rituais ou obras literárias. O “fenômeno de Madalena” pode ser definido como kairos, o termo grego que significa o momento oportuno, eternamente pleno e presente. Kairos, em oposição ao chronos ou tempo linear, denota o momento em que novas forças são consteladas para mudar a realidade e proporcionar a aparição de algo novo. Madalena, como representante da Deusa nos seus múltiplos aspectos, reúne em si a amante apaixonada, a consorte fiel e devotada, a guerreira independente, a parceira compassiva, a aprendiz e a mestra espiritual. Depois de ser suprimida, denegrida e perseguida ao longo de dois milênios, a Grande Deusa finalmente retorna em toda sua beleza, sabedoria e glória, na figura de Maria Madalena, que em suas mãos leva o Graal, que nos pode curar a todos. “Todas as mulheres fazem parte da linhagem sacra de Madalena; todas nós somos divinas, é o nosso direito de nascença. Chegou o tempo de retomar o nosso lugar de poder como mulheres belas, poderosas e brilhantes, portadoras do dom da vida, da chama sagrada e da sabedoria, para assim devolver o equilíbrio à humanidade”.

 

Fonte:  https://portal2013br.wordpress.com/2015/03/24/porque-maria-madalena-ficou-conhecida-como-prostitutaoutra-crenca-limitante/

 

Bibliografia para consulta

1-La Science de la Religion – Max Müller
2-Ensinamentos Ocultos de Maria Madalena – Claire Nahmad
3-O Segredo de Madalena – Emmir Nogueira
4-Decodificando Maria Madalena – Amy Welborn
5-Em memória de Maria Madalena – Estácio Trajano Borges
6-Pistis Sophia-Os Mistérios de Jesus – Raul Branco
7-O Legado de Madalena – Laurence Gardner
8- Vida e Paixão de Jesus Cristo – Vários autores
9-Vestigés des Principaux Dogmes Chrétiéns – R.P. De Premare
10-Introduction de L’histoire des Religions – Theodore Robinson
11-Segredos de Maria Madalena – Rob Fruchtmam
12-The Aquarian Gospel of Jesus Christ – Levi Dowling
13-O Feminino e o Sagrado – Cristina Balieiro
14-Os Ensinamentos de Sofia – Robert Powell
15-Maria Madalena-A Noiva no Exílio – Margareth Starbird
16-Arqueologia de Madalena – Fernanda de Camargo-Moro
17-O Legado da Deusa – Mirella Faur
18-Canal Majestoso do Feminino – Martinez Tito Salgado
19-Mulheres da Biblia – Ana Flora Anderson
20-Os mistérios sombrios do Vaticano – Paul H. Jeffers
21-Uma breve história do Sexo – Claudio Blanc
22-O Evangelho segundo Lucas – Rudolf Steiner
23-José de Arimatéia-O discípulo de Jesus – Frank C.Tribbe
24-Conhecendo o Judaísmo-Origens – Carl S. Ehrlich

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